sábado, janeiro 03, 2009

Remorso


Arrependimento é um sentimento nocivo que eu injeto em minhas veias quando eu penso em você. Depois de tudo que passei e vivi, eu agora sei que nada será mais doce do que os beijos que não trocamos. Você tem nome e sobrenome, mas eu me recuso a proclamar em voz alta sua alcunha. Eu me proibi desse delicioso vicio no mesmo dia que me proibi o prazer de ingerir a droga da bebida que me fazia pensar em você. O liquido âmbar que não era tão doce quanto a força do seu olhar, mas era tão forte quanto a dor da sua recusa, quando eu me ofereci. Você caminhava tão altivo e seguro a minha volta. Como eu podia saber que por dentro você ansiava pelo sabor dos meus lábios assim como eu cobiçava o prazer secreto de prendê-lo em meus braços? Beijá-lo com ardor, sem carinho. Deixar-te tão maluco a ponto de sentir o teu corpo solido me prensar contra a parede, exigindo que eu devolvesse a sanidade que eu roubei de você. Vontades inomináveis que agora fazem parte de uma pintura inexistente que eu chamo de “pesar”. A verdade pode ser dolorida, mas jamais inconveniente. Eu te quis pra mim. Pronto, eu disse. Desejei-te como uma maldita cadela no cio. Trêmula de desejo quando você me puxou pela cintura. Uma dança breve o suficiente para que eu pudesse ter a visão perturbadora de um paraíso que jamais seria meu. Sim, eu ainda penso em você. Seu corpo, seu rosto, a sua voz... Tudo perfeito demais para que eu não use a sua lembrança em meus devaneios eróticos. Mas não se preocupe. Pelo menos em meus sonhos eu sou gentil com você...

Nenhum comentário: