domingo, janeiro 04, 2009

Duas da Tarde



E pensar que eu deixei você ir comer na casa da sua mãe. Imaginando que isso seria melhor do que tê-lo no meu apartamento em pleno domingo a tarde enchendo a minha paciência. Verifico mais uma vez o relógio da cozinha: duas da tarde. A essa altura você já se empanturrou de berinjela à milanesa e frango frito. A velha só conhece essas duas receitas, o que me levar a cogitar como você acabou virando um gato tão gostoso com uma alimentação tão precária. Seja como for, a essa altura você deve estar falando sobre mim. Imagino se você está me elogiando ou acabando comigo. Espero honestamente que seja a segunda opção, assim a bruaca jamais vai querer ser a minha amiga. A única amizade que eu tolero com gente de mais de 50 anos é do velho gênio que arruma os meus saltos e as minhas sandálias. Suspiro. Uma fome descabida me ataca. Vou ate a geladeira e não vejo nada que me apeteça. Desanimo. Vou para o quarto e fecho as cortinas. Ligo o ventilador e fixo o meu olhar no teto, imaginando se ainda falta muito para você voltar. Odeio sentir a sua falta, ainda mais quando tenho fome de você...

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